Antes que a vida na Terra tivesse início, Yeshua já era conhecido entre os céus.
Chamado de Chokhmah, Ele era a Sabedoria viva de Yhwh, o primeiro a ser criado, a primeira expressão que deu forma ao que ainda não era.
Em sua presença, os anjos aprenderam o sentido da fidelidade, e pela sua palavra, a criação começou a respirar.
Mas quando os séculos se moveram e o Verbo se fez carne, poucos compreenderam que aquele homem de aparência simples — que caminhava entre pescadores e publicanos — era o mesmo que habitara entre os filhos de Elohim.
Ele falava com autoridade porque se lembrava do que vira antes; suas palavras carregavam ecos de uma existência anterior à matéria.
Por isso, quando afirmou:
“Antes que Avraham existisse, Eu já existia.”
Yeshua não reivindicava divindade para si, mas recordava sua origem como o primeiro ser criado por Yhwh — aquele que antecedeu patriarcas, reinos e eras.
O Apocalipse confirma o que os profetas haviam apenas intuído:
Aquele que caminhou entre os homens reinou entre os anjos, sob o nome e indagação: Mikh-El — “Quem é como Elohim”.
Nesse nome há identidade e missão.
Pois, quando um poder rebelde se ergueu nos céus, buscando domínio e adoração, foi Mikh-El quem permaneceu fiel, conduzindo os exércitos celestiais e vencendo pela fidelidade o que não poderia ser vencido pela força.
Mais tarde, quando o domínio espiritual da antiga Pérsia — o Império Aquemênida — se projetou sobre as nações, o mesmo Príncipe que lutara nos céus foi descrito pelo profeta Daniel como o Príncipe de Yisrael, aquele que resistiu ao poder do príncipe persa e trouxe libertação.
A figura vista em visões — gloriosa e cheia de autoridade — seria mais tarde revelada como o Filho do Homem, destinado a julgar as nações com justiça.
Através de eras e reinos, Yeshua permaneceu constante:
O mesmo Chokhmah que com o pai habitava, o mesmo Logos que do Pai emanava, o mesmo Mikh-El que venceu.
E ao se manifestar como humano, jamais assumiu para si aquilo que pertence somente a Yhwh.
Pelo contrário — sua humildade foi absoluta, e suas palavras foram claras:
“O Pai é maior do que eu.”
Seu próprio nome, Yeshua, declara que é Yhwh quem salva, e que Ele veio cumprir apenas essa vontade.
Por isso, compreender Yeshua é enxergar a continuidade do propósito divino:
o primeiro ser criado, o coautor de toda existência, príncipe fiel das hostes celestiais, ele é o mesmo que caminhou em humildade entre os homens.
Ele é a Palavra viva, a Sabedoria manifesta, o Verbo eterno — o reflexo da fidelidade que sustenta tudo o que existe.
Nesta série, mergulharemos em sua origem, seus feitos e sua identidade para reconhecer, através dele, a glória de Yhwh, o Criador de tudo e único digno de toda adoração.
Pois o Grande Ungido é a ponte entre o invisível e o visível, entre o princípio e o fim — o testemunho vivo de que a criação nasce e permanece pela fidelidade.






