Ao pôr do sol desta segunda-feira, 22 de setembro de 2025, o calendário sagrado da Bíblia, anuncia o início do Yom Teruah, o Dia do Toque de Trombeta, uma shabat anual de profunda significância espiritual que se estenderá até o pôr do sol da terça-feira, 23 de setembro.
Celebrado no 1º dia do mês de Etanim (também conhecido como Tishrei), este dia kadosh (separado) ressoa como um chamado urgente de Yhwh ao Seu povo, anunciando a proximidade do julgamento divino e convocando os fiéis à preparação espiritual e ao arrependimento.
Introduzido na Torá como um momento de descanso total e de “recordação anunciado pelo toque de trombeta”, o Yom Teruah ocorre dez dias antes do Yom Kippur, o Dia da Expiação, criando um período de introspecção conhecido como os “Dias de Temor” ou “Dez Dias de Arrependimento”.
É uma shabat de shabaton, um descanso completo semelhante às shabatot anuais da Pessach e da Shavuot, onde nenhum trabalho servil é permitido, e o foco está na adoração, na oferta de fogo a Yhwh e no som penetrante da shofar – o chifre de carneiro que ecoa como um alarme celestial.
O Mandamento Bíblico e Seu Propósito
O fundamento do Yom Teruah está em Vayikra (Levítico) 23:23-25, onde Yhwh instrui Moshe: “No sétimo mês, no primeiro dia do mês, haverá para vocês uma shabat de completo descanso, um dia de recordação anunciado pelo toque de trombeta, um congresso kadosh.
Não farão nenhum trabalho servil e apresentarão a Yhwh uma oferta feita por fogo.” Esse toque de trombeta, ou Teruah, não era mero ritual; na antiguidade, servia para convocar o povo à assembleia, anunciar guerra ou alertar para eventos de grande magnitude, como descrito em Bemidbar (Números) 10:9.
Ao contrário de tradições posteriores, na compreensão mosaico-cristã, o Yom Teruah não é uma celebração de criação ou renovação anual, mas um prenúncio profético da abertura do sétimo selo no Apocalipse, o início da batalha final contra o último anticristo e um convite urgente ao arrependimento antes do “grande e temível dia de Yhwh”.
Enquanto o silêncio no céu dura meia hora ao abrir o sétimo selo (Hitgalut/Revelação 8:1-6), as sete trombetas são preparadas, ecoando o som da shofar que chama a humanidade à reflexão.
Esse momento celestial reflete a gravidade do Yom Teruah: um alerta para que os corações se voltem a Yhwh, evitando a purificação forçada que virá no Yom Kippur milenar.
Um Chamado à Batalha Espiritual
O Yom Teruah transcende o anúncio imediato do Yom Kippur; ele aponta para os tempos do fim, quando o falso Mashiach (o anticristo final) será revelado e aclamado por muitos como salvador, seja por judeus como messias, por cristãos como conciliador ou por outras religiões como líder universal.
No entanto, como ensinado nas Escrituras, ele é o adversário do verdadeiro Mashiach, Yeshua HaMashiach.
O toque das trombetas simboliza a resposta de Yhwh a essa abominação, convocando Seu povo a se posicionar na batalha espiritual que culminará na volta triunfante de Yeshua (Hitgalut 19:11-16).
Para os mosaico-cristãos, guardar o Yom Teruah significa uma shabat de oração intensa, adoração e exame de consciência, ouvindo a shofar como um eco do chamado divino.
É um dia para rejeitar falsos messias, alinhar-se à Torá e preparar-se para a vitória de Yhwh, vivendo de forma kadosh em meio a um mundo em tribulação.
A Interpretação Judaica Tradicional: Rosh Hashaná
Embora a tradição judaica moderna associe o Yom Teruah ao Rosh Hashaná – o “Ano Novo” –, celebrando-o como o aniversário da criação de Adão no 1º dia de Etanim, essa visão é considerada um equívoco pela compreensão mosaico-cristã.
Bereshit (Gênesis) esclarece que o homem foi criado no sexto dia da semana da criação, não em Etanim, e a Torá estabelece Aviv (Nisan) como o primeiro mês do ano (Shemot/Êxodo 12:2). Essa associação com o “Ano Novo” surgiu após o exílio babilônico, influenciada por costumes pagãos, desviando o foco profético do dia para uma celebração sem base bíblica direta.
Os mosaico-cristãos enfatizam que o Yom Teruah deve ser vivido em sua pureza original: como um toque de trombeta para o arrependimento e a batalha final, não como um feriado de renovação civil.
Ao pôr do sol desta segunda-feira, que o som da shofar desperte corações em Ponta Porã e além, convidando todos a responderem ao chamado de Yhwh.
Que este Yom Teruah seja um tempo de verdadeira preparação espiritual, ecoando a vitória iminente de Yeshua HaMashiach!