Depois do Yom Kippur (Capítulo 14), a Festa de Sukkot, Cabanas/Tabernáculos, celebrada a partir do 15º dia de Etanim, sétimo mês, é uma shabat anual que ressoa com alegria, gratidão e esperança profética.
Após o Yom Teruah (Capítulo 15) e o Yom Kippur, Sukkot convida o povo de Yhwh a celebrar Sua provisão e proteção, enquanto aponta para o reino futuro, quando Yeshua HaMashiach reinará. O ritual de habitar em cabanas é exclusivo para os nativos de Yisrael, mas a guarda dos shabatot da festa é um chamado universal para todos os fiéis a Yhwh.
O mandamento de sukkot.
Vayikra (Levítico) 23:33-43 nos ensina:
“Yhwh disse a Moshe:
‘Diga aos filhos de Yisrael:
No décimo quinto dia do sétimo mês, será a Festa de Sukkot para Yhwh, por sete dias.
No primeiro dia, haverá um congresso separado (kadosh); não farão nenhum trabalho servil.
Durante sete dias, apresentarão a Yhwh uma oferta feita por fogo.
No oitavo dia, realizarão um congresso kadosh e apresentarão uma oferta feita por fogo; é uma assembleia solene, e não farão nenhum trabalho servil.
[…] No décimo quinto dia, quando colherem os produtos da terra, celebrarão a festa de Yhwh por sete dias.
No primeiro dia, haverá descanso completo, e no oitavo dia, descanso completo.
Tomarão frutos de árvores majestosas, folhas de palmeiras, galhos de árvores frondosas e salgueiros dos vales, e se alegrarão perante Yhwh, seu Elohim, por sete dias.
[…] Habitarão em cabanas por sete dias; todos os nativos de Yisrael habitarão em cabanas, para que suas gerações saibam que fiz os filhos de Yisrael habitarem em cabanas quando os tirei do Egito.
Eu sou Yhwh, seu Elohim.’”
Sukkot, realizada de 15 a 21 de Etanim, com um oitavo dia solene (Shemini Atzeret), é uma festa de regozijo. Suas shabatot no 1º e 8º dias, como os da Pessach (Capítulo 11) e Yom Teruah (Capítulo 15), proíbem apenas o trabalho servil, sendo obrigatórios para todos os fiéis a Yhwh. Contudo, a obrigatoriedade de habitar em cabanas é exclusiva para os nativos de Yisrael, ou seja, os israelitas de nascimento, sendo opcional para os enxertados espiritualmente na aliança. A celebração com ramos e frutos reflete a colheita e a gratidão pela provisão de Yhwh.
A origem e o significado passado de sukkot
Vayikra 23:43 explica a origem de sukkot:
“Para que suas gerações saibam que fiz os filhos de Yisrael habitarem em cabanas quando os tirei da terra do Egito.”
Sukkot rememora os 40 anos no deserto, quando Yhwh protegeu Yisrael após libertá-los da escravidão no Egito.
As cabanas simbolizam a fragilidade humana e a dependência da provisão divina, enquanto o êxodo reflete a jornada de reconciliação com Yhwh.
Essa “metodologia do deserto” é um padrão recorrente na obra de Yhwh.
Antes de conduzir Yisrael à Terra Prometida, Yhwh os levou ao deserto para ensinar-lhes obediência à Torá (Shemot 19-20).
Chanock, antes de ser transladado, foi testado e transformado como líder (Bereshit 5:24).
Avraham, antes de receber Yitzhak, peregrinou por décadas, enfrentando incertezas até os 100 anos (Bereshit 21:5).
Moshe, antes de liderar a libertação de Yisrael, viveu 40 anos exilado (Shemot 2:15).
Yosef, antes de governar no Egito, enfrentou escravidão e prisão (Bereshit 39-41).
Esses “desertos” foram processos de purificação e preparação, refletidos no ritual de Sukkot, que ensina humildade e confiança em Yhwh.
O significado profético de sukkot
Sukkot não é apenas memorial; é uma profecia do Reino milenar, quando Yeshua HaMashiach reinará e Yhwh habitará com Seu povo. Hitgalut (Apocalipse/Revelação) 20:4-6 revela que, durante os mil anos em que HaSatan estará preso, os remidos da primeira ressurreição reinarão com Yeshua. Esses separados (kadoshim), considerados “nativos de Yisrael” espiritualmente (os que têm seus nomes no livro da vida), habitarão “em tendas” fora da terra, num “deserto espiritual”, enquanto a terra permanece desolada sob o jugo de HaSatan. Esse período prefigura a habitação temporária de Sukkot, aguardando o estabelecimento do Reino na terra.
Zecharyah 14:16-19 completa a profecia: “Todos os que restarem de todas as nações que vierem contra Yerushalayim subirão ano após ano para se curvar diante do Rei, Yhwh dos Exércitos, e para celebrar a Festa de Sukkot.”
Após os mil anos, Yeshua retornará com os remidos para implantar o Reino em Yerushalayim (Yhwh Shamah). A segunda ressurreição ocorrerá, e HaSatan, solto por pouco tempo, seduzirá muitos para a batalha final (Hitgalut/Apocalipse/Revelação 20:7-10).
Contudo, alguns entre as nações serão poupados do julgamento e celebrarão Sukkot, não mais como exclusividade dos nativos de Yisrael, mas como uma festa universal de reconciliação com Yhwh.
Sukkot, assim, profetiza a habitação eterna de Yhwh com a humanidade e ao mesmo, traz a memória de que nem sempre foi assim. (Hitgalut/Apocalipse/Revelação 21:3).
Vivendo sukkot hoje
Hoje, os mosaico-cristãos guardam Sukkot no 15º dia de Etanim como uma shabat de regozijo, observando as shabatot do 1º e 8º dias com descanso e adoração, conforme a Torá.
Os nativos de Yisrael são chamados a habitar em cabanas, para lembrar a jornada no deserto e a dependência de Yhwh.
Todos os fiéis, independentemente de origem, devem celebrar essas shabatot com gratidão, usando ramos e frutos para louvar. Sukkot nos desafia a viver kadosh, rejeitando tradições humanas e antecipando o Reino de Yeshua.
É um tempo de comunhão, reflexão e esperança na promessa do Reino.
Um convite à alegria da habitação.
Imagine construir uma cabana sob o céu de Etanim (do sétimo mês), louvando a Yhwh por Sua proteção e sonhando com o Reino onde Ele habitará entre nós. Sukkot é uma shabat kadosh que nos conecta ao passado de Yisrael e à promessa futura do reinado de Yeshua HaMashiach.
Ao celebrar esta festa com fervor, você proclama a fidelidade de Yhwh e se prepara para o “deserto espiritual” que antecede o Reino. Que possamos guardar Sukkot com alegria, confiantes na habitação eterna com nosso Elohim!