No texto original destinado a Pérgamo há algumas preocupantes características que Yeshua aponta nesta congregação.
Yeshua afirma que Pérgamo está situada onde está o trono do inimigo, e também há os de Pérgamo que ensinam a doutrina de Bil´am, mais conhecido em nossa cultura como Balaão e também aqueles que ensinam a doutrina de Nicolau, também descrita como a doutrina dos nicolaítas, uma vez que, como vimos no capítulo 24, Nicolau não se refere a uma pessoa e sim a uma maneira de proceder.
Desta forma, a primeira característica que ressaltamos na comunidade cristã do tempo profético representado por Pérgamo, é que ela se localiza no trono do inimigo.
Isso confirma o que já havíamos sugerido no capítulo 56, o tempo profético representado por Pérgamo se dá quando Constantino se torna cristão, uma vez que ele propõe a liberdade religiosa e cessa a perseguição oficial aos cristãos.
Porém, Constantino não para por aí, sua conversão a uma religião estrangeira, oriunda do judaísmo, acarretou em incontáveis conflitos no Império. Isso obrigou Constantino a agir politicamente, e para unificar a religião Cristã, ele convocou o Concílio de Nicéia com objetivo de unificar as doutrinas cristãs e tomar medidas para caracterizar o cristianismo como uma religião romana, afastando-se ao máximo, do judaismo.
Neste concílio, decidiu-se que Jesus, nome latino para Yeshua, seria considerado por todos os cristãos como um Deus Filho e não mais como o Filho de Deus, ungido de Yhwh, conforme as profecias bíblicas.
Como enfatizamos no parágrafo anterior, o principal objetivo deste concílio e das destes decisões de Constantino neste tempo, era basicamente evidenciar que o cristianismo era uma religião romana e não um ensino judaico. Declarar Jesus como um deus filho, eterno e coexistente com Yhwh, o Deus Criador, levou o povo de Deus a ignorar o primeiro mandamento das escrituras sagradas registrados em Êxodo 20:
“Eu sou Yhwh, seu Deus… não terás outros deuses diante de mim”
Quatro anos antes de 325, Constantino havia tomado outra decisão neste sentido, no ano católico de 321, ele publicou o Édito de Constantino, que rezava o seguinte texto:
“Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol. Não obstante, atendam os lavradores com plena liberdade ao cultivo dos campos; visto acontecer amiúde que nenhum outro dia é tão adequado à semeadura do grão ou ao plantio da vinha; daí o não se dever deixar passar o tempo favorável concedido pelo céu”
Edito de Constantino, 7 de Março de 321
Assim, o Imperador declarava que apesar de se declarar cristão, era favorável a adoração popular ao sol no primeiro dia da semana e ao ceder a este capricho dos adoradores do Sol, maior deus do panteão egípcio, cultura que depois da grega, mais influenciou a cultura latina.
Constantino também, alterou o sistema semanal romano que até então possuía 8 dias e ordenou que o mesmo seguisse o modelo semanal judaico, de sete dias. Assim, ele tentava equilibrar e agradar cristãos e praticantes das religiões tradicionais romanas.
Desta forma, Constantino substituía a adoração ao Deus da Bíblia, Yhwh, pela adoração a Jesus, na figura de Yeshua, o servo fiel de Yhwh, cordeiro de Deus ungido para morrer em nosso lugar e criava um sincretismo religioso que associava o Jesus romano tanto ao Yeshua judeu, quanto a Mitra, principal deus do panteão persa e considerado o Sol Invencível, Osíris, o deus filho Egípcio, que também é associado ao sol, Tamuz, o deus filho, na Babilônia que também é associado ao sol. Sendo todos estes, parte de uma trindade que compunham o núcleo de um panteão de uma cultura dominada pelo Império Romano.
Outra prática que se tornou comum entre os cristãos neste tempo, foi a criação de Templos e para que os Templos fossem frequentados, era necessário criar um estereótipo de que o lugar seria um lugar sagrado e para isso, a Igreja cristã começou a violar mais um mandamento:
“Não farás para ti imagens de escultura, nem semelhança, do que há acima nos céus, embaixo na Terra, e no mar, embaixo da Terra. Não as adorarás e não lhes prestarás culto.”
Êx 20:4-7
Assim, Constantino e seus seguidores estimulavam desta maneira as práticas de Balaão, que levou o povo de Deus a comer as coisas sacrificadas e a praticar idolatria, e praticava claramente o nicolaísmo, criando doutrinas que agradavam uma parcela da população, estimulando a práticas das mesmas como a guarda do primeiro dia da semana em adoração ao sol em lugar do shabat, do sétimo dia, em adoração a Yhwh, o Deus Criador, retratado nas escrituras.