A oficialização do cristianismo como religião oficial em todo o Império Romano, estabelece o início de um novo período, o tempo profético de Tiátira.
Yeshua encaminhou uma mensagem especial para esta congregação afirmando que conhecia sua obra, amor, ações, fidelidade e ministério, afirmando que o êxito em levar o seu nome era autêntico, porém lamenta um importante fato, esta congregação tolerava Izabel.
Ora, Izabel, a original, era uma estrangeira cujo nome é a junção dos dois principais deuses fenícios, Ishtar e Baal, que se casou com Achab, nos dias de Eliahu e que levou o povo de Israel a adorar o “Senhor”, ignorando Yhwh, o Deus de Israel, o trocando pelo “deus” e pelos deuses das nações.
Como vimos anteriormente, foi no século IV da contagem positiva católica, que o cristianismo se popularizou em todo o Império e os Imperadores romanos e seus partidários se esforçaram para mostrar que tal doutrina era uma religião latina, ou seja, romana, para isso, precisavam eliminar toda e qualquer ligação com o judaísmo.
Como vimos no capítulo anterior, em 321, Constantino emitiu um decreto em que recomendava a adoração do dia do sol no primeiro dia da semana, em lugar do shabat, no sétimo dia.
Em 325, o Concílio de Nicéia estabeleceu Jesus, com nome latino, como o Deus Filho, em lugar do Yeshua, filho e servo do Deus Yhwh.
Essa substituição dos nomes judaicos por nomes latinos não parou em Yeshua. Kefa, virou Petrus e posteriormente Pedro.
Shaul, nome de Paulo e aquele que conhecemos como Estevão, foi substituído por Saul e respectivamente por Estevão. Yaakov virou Tiago, Yohanan virou João e incontáveis nomes foram latinizados.
O nome de Yhwh foi ignorado e todos os personagens que tinham seu nome ou parte do tetragram em seu nome tiveram seu nome substituído ou trocado.
Assim, Yechzeyahu virou Ezequias, Hoshiah virou Oseias ,Yeshayahu virou Isaías e assim sucessivamente.
Ora, havia em Roma, um deus reconhecido por sua fidelidade e sua ligação entre o “mundo dos espíritos” e o mundo real e este era conhecido pelo nome latino Sanctus, que em português se popularizou como Santo. E assim, Santo passou a se tornar o nome do Deus Pai do Cristianismo Romano e tudo que lhe pertencia passou a levar seu nome.
Os separados para Deus, hakadoshim, em hebraico, se tornaram santos. Os seguidores de Yeshua passaram a levar o prefixo do deus romano em seus nomes, surgindo assim, São Pedro, Santo Paulo, São João, e até o Espírito de Yhwh, ruach kadosh, passou a ser chamado de Espírito Santo.
Apenas um ano após o Cristianismo se tornar a religião oficial de Roma, no Concílio de Constantinopla (381). Os bispos cristãos declarararam que agora, além do Deus Filho, havia uma terceira divindade incorpórea, denominado Espírito Santo, ou seja, o O Concílio de Constantinopla declarou explicitamente que havia um terceiro deus para o cristianismo, um deus criado a partir do sincretismo trinitáriano e relacionado ao Espírito de Deus.
O Concílio declarou que Espírito Santo é “o Senhor, o vivificador, que procede do Pai”, e que “com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”.
Os Bispos não pararam seu sincretismo religioso por aí, para tornar todo cidadão romano um cristão romano, passaram a associar as figuras dos deuses das nações conquistadas aos “santos” e ao Deus Cristão e assim levaram o povo de Deus a assim como Izabel, a qual passou a ser conhecida como Jezabel em nossa cultura, a adorar os deuses das nações, abandonando o Deus de Israel.
Pedro passou a ser associado aos deuses do céu, da chuva e do trovão, nas culturas das nações. Yohanan, que batizou Yeshua que virou São João Batista e passou a ser associado aos deuses dos povos caipiras, uma vez que vivia isolado, e assim sucessivamente.
A corrupção da Igreja Romana não parou por aí, para atrair os antigos adoradores dos deuses aos novos Templos Cristãos, passou-se a associar as imagens de esculturas dos deuses das nações aos “santos cristãos” e estes passaram a ser adorados nos Templos.
Ou seja, a Igreja estatal Romana se institucionalizou e se converteu na congregação de Tiátira, uma congregação corrupta “que se diz profetiza, ensinou e desencaminhou os servos de Yeshua”.
Pois assim como a Izabel da profecia, a congregação deste tempo passou a cometer imoralidades sexuais, induziu os cristãos a comerem coisas sacrificados, e adorar os ídolos das nações, acreditando estarem adorando o Deus do Céu.
O sincretismo religioso do cristianismo romano chegou a tal ponto, que Jesus foi associado a Mitra, o deus do sol, na Pérsia e o primeiro dia da semana, associado ao sol de forma clara por Constantino, passou a ser associado ao Jesus Sol, que teria nascido em 25 de dezembro, data no nascimento de Mitra na mitologia, e ressuscitou no primeiro dia da semana.
Assim, a lei de Deus foi trocada pela idolatria romana e o Cristianismo se tornou idólatra, adúltero e promíscuo.