No capítulo anterior, fomos apresentados ao número dos escravos selados de Yhwh. O número deles é 144 mil, sendo que são 12 mil de cada uma das doze tribos de Israel, onde as tribos de Dã e Efraim são excluídas e as outras 12 são apresentadas em uma ordem que não é a ordem em que se posicionaram no deserto, nem a ordem de nascença, nem a ordem que Moshe as abençoou e muito menos, a ordem em que tomaram posse em Israel.
Essas particularidades nos deixaram incontáveis perguntas em aberto. Perguntas fundamentais para uma compreensão e entendimento sobre o assunto e a profecia.
Há muitos de nossos irmãos que entendem que estes 144mil são o número real das pessoas fiéis no tempo do fim, e há entre nossos irmãos, como os católicos, que compreendem que este número é o número dos fiéis beatificados e tão justos que não precisarão de purgatório.
Não é assim entre os mosaico-cristãos e, esse entendimento se dá pela sequência da visão de Yohanan. Logo após ele contar o número dos escravos e do povo, ele nos dá uma informação valiosa, muitas vezes ignorada:
“Depois disso, eu vi uma grande multidão, que nenhum homem era capaz de contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de compridas vestes brancas, e havia folhas de palmeiras nas suas mãos.” Apo. 7:9
O mosaico-cristão entende que a multidão de todas as tribos, línguas e nações são os 144 mil, que são um povo incontável, perdoado e lavado no sangue do cordeiro, são os 144 mil. Sendo assim, entre os mosaico-cristãos, há um entendimento de que este número é metafórico, simbólico e representativo. Representando o povo de Deus não só no tempo do fim deste século, mas de todo o tempo de vida na Terra, de Adam, ao último fiel transladado.
Outro fator apontado pelo mosaico-cristão para crer desta forma é que na atualidade, não há mais divisão de Israel em 12 ou mais tribos, uma vez que a atual nação de Israel se declara apenas a remanescência Yehudim, ou seja, judaica, que incorpora em si todas as outras tribos e todos os estrangeiros que se convertem ao Deus de israel.
O mosaico-cristão compreende de forma similar, ou seja, Israel sempre será o povo de Deus, não há religião que substitua o povo de Israel, mas a marca deste povo é o temor e obediência a Yhwh através de sua lei. Ou seja, de nada adianta ser natural da Terra, ou descendente de Avraham, se tendo tal honra, ignora a Lei de Yhwh, e esta advertência é simétrica para aqueles que declaram serem amigos, servos ou discípulos do Ungido, pois o fato de crermos que Yeshua, mesmo o chamando de Jesus, seja o ungido de Deus que morre em nosso lugar, não nos torna povo de Deus, se abandonarmos a prática da justiça de forma deliberada e desenfreada e desprezarmos a Torá, como se fosse algo antigo e ultrapassado.
Assim, concluímos que o 144mil é o número que representa os escravos de Deus selados para a vida eterna e este número é um símbolo que representa um incontável número de seres amados por Deus, salvos de seus erros, lavados no sangue do Cordeiro sacrificado pelo próprio Deus.