Após Yohanan ver e contar a tribo de Shimaul, ele observa que a próxima tribo que compõe os 144 mil é a tribo de Levi.
Yaakov, ao abençoar seus filhos, une Levi a Shimaul, utilizando a mesma sentença e se recusando a abençoá-lo.
Por outro lado, Moshe, ao dirigir a sua benção profética, sendo ele da tribo de Levi, direciona a sua benção a classificando como tribo sacerdotal, dizendo:
“Teu Tumim e teu Urim pertencem ao homem que te é leal,
A quem puseste à prova em Massá.
Começaste a discutir com ele junto às águas de Meribá,
Com o homem que disse a respeito do seu pai e da sua mãe:
‘Não tenho consideração por eles.
’Ele não reconheceu nem seus irmãos.
E ignorou seus próprios filhos.
Pois guardaram a tua palavra e observaram o teu pacto.
Que eles instruam Jacó nas tuas decisões judiciais.
E Israel na tua Lei.
Que eles ofereçam incenso como aroma agradável a ti e uma oferta inteira no teu altar.
Abençoa, ó, Yhwh, a força dele.
E que tenhas prazer no trabalho das suas mãos.
Quebra as pernas dos que se levantam contra ele.
Para que aqueles que o odeiam não se levantem mais”
Ao abençoar Levi, Moshe ignora as atrocidades promovidas pelos filhos de Israel, das quais ele era o principal parceiro de Shimaul, mas cita dois atos de justiça feitos pela tribo de Levi em seus dias.
O primeiro foi o caso de Meribá, quando os levitas confrontaram as outras tribos, sendo fiéis e exigindo que o povo confiasse em Deus.
Esse episódio marca muito Moshe, pois foi nesta ocasião que ele, sem se controlar, atribuiu para si as obras promovidas por Yhwh e, por isso, foi impedido de entrar na terra de Israel.
O segundo caso e mais marcante, foi no caso do erro dos filhos de Israel, quando estes se contaminaram com as moabitas, se prostituindo com seus deuses. Neste episódio, foram os levitas tão fiéis que ignoraram o fato de Israel ser seu irmão, e executaram todos os idólatras.
No entanto, o livro de Yasher nos traz a informação de que a tribo de Levi foi escolhida como tribo sacerdotal antes da saída de Israel do Egito, pois nos dias em que os israelitas eram livres, o rei do Egito convocou todos para trabalharem em suas obras monumentais por um alto preço.
Foi neste tempo que os levitas se reuniram e decidiram não aceitar a oferta, uma vez que aquelas obras homenageariam os deuses egípcios.
Com o tempo, os salários foram diminuindo, proibiu-se o descanso no shabat, e não demorou até que todos se tornassem escravos e, deste modo, os levitas foram os últimos a serem escravizados por sua fidelidade.
Sendo assim, a tribo de Levi representa todos os que em seus primeiros dias foram parceiros dos praticantes de crueldade, mas que, em tempo, reconheceram sua injustiça, se voltaram para Deus, se tornando sacerdotes espirituais de Deus ainda neste tempo.
O rabino Shaul, que após ter segurado a roupa daqueles que matavam seu homônimo, o qual conhecemos como Estevão, levou o nome de Yeshua aos gentios pode ser considerado o maior exemplo de integrantes da tribo profética de Levi, porém, reis de Yehuda, como Menashe, que teriam ordenado a execução de profetas fiéis como Yeshayahu (Isaías), mas após sofrerem determinada dor, se converteram, e não se contentaram a reconhecer seus erros, mas dedicaram sua vida a tentar repará-los, praticando atos de justiça e se esforçando para influenciar as pessoas a se voltarem para Deus sem ter que cometer os erros que eles outrora haviam cometidos, tornando-se assim, como o próprio nome de Levi nos ensina, próximos de Deus.