A shabat do sétimo dia, instituída por Yhwh, é muito mais do que um dia de pausa; é um sinal profético que conecta a criação ao juízo final, apontando para o plano divino de redenção e restauração. Ela não apenas celebra o repouso do Criador, mas também prenuncia um tempo futuro em que o domínio do pecado será suspenso.
A shabat e o ritmo profético
Em Beit Kefa (2 Pedro) 3:8, encontramos uma chave para compreender a profundidade da shabat: “Amados, não ignorem isto: para Yhwh, um dia é como mil anos, e mil anos como um dia.” Esta passagem sugere que a shabat do sétimo dia reflete não apenas os seis dias da criação, culminando no repouso divino, mas também um ciclo maior na história da humanidade: seis mil anos sob o jugo do pecado, seguidos por um “sétimo milênio” de cessação do mal. Assim, a shabat semanal é uma sombra profética, um lembrete cíclico de que o tempo de Yhwh segue um propósito redentor.
O livro de Hitgalut (Apocalipse) 20:1-4 ilumina essa verdade com clareza: “Vi um mensageiro descer do céu com a chave do abismo e uma grande corrente na mão. Ele prendeu o dragão, a serpente original, o qual é o Diabo e HaSatan (o Enganador e Opositor), e o amarrou por mil anos. Lançou-o no abismo, fechou-o e selou-o, para que não enganasse mais as nações até que os mil anos se completassem. Depois disso, ele será solto por um breve tempo. Vi tronos e aos sentados neles foi dada autoridade para julgar. Vi as almas daqueles que foram executados por causa do testemunho de Yeshua HaMashiach e por falarem de Deus, aqueles que não adoraram a besta nem sua imagem e não receberam a marca na testa ou na mão. Eles voltaram à vida e reinaram com o Mashiach por mil anos.”
Esse período de mil anos, conhecido como o Milênio sabático, é um tempo de repouso do pecado, no qual HaSatan é aprisionado, e os fiéis, ressuscitados na primeira ressurreição, reinam com Yeshua HaMashiach em justiça e paz. Profeticamente, a shabat do sétimo dia prefigura esse “sétimo milênio”, um tempo de restauração divina, quando o domínio do mal será suspenso, preparando o caminho para a plena instauração do Reino de Yhwh. Cada shabat que observamos é, portanto, um ensaio para esse futuro glorioso, um ato de fidelidade que nos alinha com o plano eterno do Criador.
Um amplo sentido da shabat
A shabat semanal carrega um amplo significado: ela celebra a criação de Yhwh, completada em seis dias com repouso no sétimo, e aponta para o futuro, quando seis mil anos de pecado culminarão em um milênio de alívio do mal. Esse paralelismo é profundamente intencional. Assim como Yhwh cessou sua obra criadora para separar o sétimo dia, Ele conduzirá a história humana a um tempo de cessação do pecado, quando a Terra, que “geme e está com dores de parto” (Romanos 8:22), experimentará um repouso redentor.
Guardar a shabat é um ato de fidelidade que nos conecta a esse plano escatológico. Cada semana, ao cessarmos nossas atividades, proclamamos nossa confiança no Yhwh que julgará o mal e restaurará todas as coisas. Como um selo do juízo divino, a shabat nos lembra que o pecado não terá a última palavra. Em Hebreus 4:9-10, lemos: “Resta, portanto, uma shabat para o povo de Deus, pois aquele que entra no descanso de Deus também descansa de suas obras, como Deus descansou das suas.” Essa promessa aponta para o repouso final, quando os fiéis entrarão na plenitude do Reino, livres da influência de HaSatan.
A shabat como testemunho do juízo
A observância da shabat semanal é também um testemunho vivo do juízo de Yhwh. Ao separar o sétimo dia, os fiéis declaram que reconhecem a soberania do Criador sobre o tempo e a história. Esse ato de obediência é uma rejeição às forças do mal que buscam usurpar o governo de Yhwh, como representado por HaSatan em Apocalipse 20. Guardar a shabat é, portanto, uma declaração profética de que o juízo final está próximo, quando “toda carne virá adorar perante Yhwh” (Yeshayahu 66:23).
Esse testemunho não é apenas individual, mas coletivo. Quando o povo de Yhwh guarda a shabat, ele se posiciona como luz no mundo, apontando para o dia em que a justiça divina prevalecerá. Essa prática contínua, semana após semana, é um lembrete de que o plano de Yhwh é inabalável, e que o “sétimo milênio” trará a redenção não apenas para a humanidade, mas para toda a criação.