Uma pergunta intrigante encontra resposta clara nas Escrituras Sagradas: os seguidores de Yeshua HaMashiach (Jesus, o Ungido) continuaram a guardar o shabat após Sua morte e ressurreição? A Bíblia nos oferece evidências diretas e inequívocas.
Em Atos 13:14-16, lemos:
“No entanto, eles seguiram viagem, partindo de Perge, e chegaram a Antioquia, na Pisídia. Entraram na sinagoga no dia de shabat e se sentaram. Após a leitura pública da Lei e dos Profetas, os presidentes da sinagoga lhes disseram: ‘Homens, irmãos, se tiverem alguma palavra de encorajamento para o povo, falem.’ Então, Paulo se levantou, fez sinal com a mão e disse: ‘Homens, israelitas, e todos os outros que temem a Deus, escutem!’”
Aqui, Shaul (Paulo) segue o costume judaico de reunir-se na sinagoga à terceira hora da manhã, no shabat, não apenas para guardar o dia, mas também para ensinar e compartilhar a mensagem de Yeshua. Este não era um evento isolado, mas um hábito constante, como descrito em Atos 13:42-44:
“Quando estavam saindo, as pessoas lhes suplicaram que falassem desses assuntos no shabat seguinte. Após o término da reunião da sinagoga, muitos judeus e prosélitos que adoravam a Deus seguiram Paulo e Barnabé, que, ao falar com eles, os exortavam a permanecer na bondade imerecida de Deus. No shabat seguinte, quase toda a cidade se reuniu para ouvir a palavra de Yhwh.”
Alguns questionam: “Paulo frequentava as sinagogas apenas para pregar Yeshua como o Mashiach (Cristo, em grego), sem guardar o shabat.” Será? As Escrituras revelam o contrário. Em Atos 16:11-13, encontramos:
“Assim, embarcamos em Trôade e fomos diretamente para Samotrácia; no dia seguinte, seguimos para Neápolis e, dali, para Filipos, colônia romana e cidade principal daquela região da Macedônia. Ficamos alguns dias nessa cidade. No dia de shabat, saímos pelo portão da cidade até a margem de um rio, onde pensávamos que havia um lugar de oração. Sentamo-nos e começamos a falar com as mulheres que ali estavam reunidas.”
Em Filipos, onde não havia sinagoga, Shaul e seus companheiros buscaram um lugar tranquilo junto ao rio para orar e repousar no shabat, demonstrando sua fidelidade à observância desse dia sagrado, mesmo fora de um contexto sinagogal.
Mais adiante, no livro de Apocalipse, escrito por Yohanan (João) por volta do final do primeiro século, encontramos outra evidência poderosa. Em Apocalipse 1:10, Yohanan declara:
“Por inspiração, estive no dia do Senhor e ouvi atrás de mim uma voz forte, semelhante ao som de uma trombeta.”
O “dia do Senhor” aqui mencionado reflete a continuidade da prática do shabat, um dia separado para Adonai, no qual Yohanan recebeu sua visão divina. Este testemunho, registrado décadas após a ressurreição de Yeshua, reforça que o shabat permaneceu central para os primeiros seguidores do Messias.
Assim, as Escrituras deixam claro: os discípulos de Yeshua, como Shaul e Yohanan, não apenas guardavam o shabat, mas o consideravam um tempo sagrado para oração, ensino e comunhão com Yhwh.