Para compreendermos tal expressão, precisamos voltar um pouco na história de Noach e observar quem entrou na arca.
Popularmente, diz-se que um casal de cada espécie teria entrado na arca, porém não é isso que diz as escrituras. Veja:
“De todo animal limpo, tomarás sete machos e suas fêmeas, mas de todo animal que não for limpo, tomarás apenas dois, macho e fêmea.” Gênesis (Bereshit) 7:2
Este texto é ignorado por muitos, pois na verdade, na arca, entraram quatro casais de seres humanos, a saber, Noach, seus três filhos e suas três esposas, sete casais de animais limpos e um casal de animais não limpos, chamados também em nossa cultura de animais imundos.
Ao observamos isso, somos obrigados a considerar que a divisão de animais em limpos e imundos (no sentido de próprios e impróprios para o sacrifício ou alimentação) não vem dos dias de Moshe, pelo contrário fora instituída antes do dilúvio e se considerarmos que o Livro de Bereshit (Gênesis) afirma que quando deixaram o paraíso (Éden), Adam e Chawa foram vestidos com peles, essas peles sem dúvidas eram de um sacrifício de um animal limpo.
Por tanto, a separação entre os animais limpos e imundos passou a existir logo após o erro, quando a morte entrou na Terra. Deus proibiu que matemos animais “imundos”, impróprios para a morte e permitiu apenas que matássemos os limpos (Desprezíveis).
O motivo para tal decisão do Criador é algo que ele ainda não nos revelou, se revelou a alguém, quem tem tal conhecimento não compartilhou com o autor deste artigo até este momento.
Considerando, portanto, que o alimento cárneo fora permitido após o dilúvio, compreendemos que a divisão entre limpo e não limpo inicialmente referia-se apenas ao sacrifício a Yhwh. Aqueles que são limpos, poderiam ser sacrificados, aqueles que não são, jamais.
Desta forma, a única conclusão lógica sobre quem é o desprezível de Bereshit (Gênesis) 9:3, é que o remesh, desprezível, é todo animal que poderia se matar para se sacrificar e após o dilúvio, para se comer.