Yeshua HaMashiach, o Ungido de Yhwh, viveu em perfeita obediência à Torá, honrando a shabat do sétimo dia como um tempo de cessação, adoração e comunhão com o Criador. Contudo, ele rejeitou as tradições humanas da Lei Oral, que sobrecarregavam a shabat com regras desnecessárias, chamando-as de “tradição dos anciãos”.
Yeshua transformou a shabat em um dia de prodígios, curas e ensino, demonstrando um zelo ativo por seu verdadeiro propósito. Além disso, ele celebrou as shabatot anuais e até Chanukah, revelando seu compromisso com as festas de Yhwh. Este capítulo explora a relação de Yeshua com a shabat, destacando sua fidelidade, sua autoridade e seu amor pelo dia separado do Criador.
Yeshua e a Observância da shabat
Yeshua guardava a shabat do sétimo dia com diligência, alinhando-se ao mandamento de Yhwh de cessar e honrar o Criador. As Escrituras mostram que ele frequentava regularmente as sinagogas no Yom shabat para ensinar, como registrado em Lucas 4:16:
“Chegou a Natzerat (Nazaré), onde foi criado, e, segundo o Seu costume, entrou na sinagoga no dia da shabat e levantou-se para ler.”
O termo “costume” indica que a observância da shabat era uma prática constante em sua vida, um momento para proclamar a palavra de Yhwh e fortalecer a fidelidade e esperança do povo.
No entanto, Yeshua rejeitava as interpretações rígidas da Lei Oral, que os fariseus e escribas impunham como se fossem divinas.
Em Marcos 7:8-9, Ele confronta essas tradições:
“Abandonando o mandamento de Yhwh, vocês se apegam à tradição dos homens. […] invalidam o mandamento de Yhwh para estabelecer a sua tradição.”
A Lei Oral, como discutido anteriormente, incluía restrições minuciosas, como as 39 categorias de trabalho proibido (melachot), que transformavam a shabat em um fardo. Yeshua, em contraste, restaurava seu propósito como um dia de deleite e comunhão, conforme prometido em Yeshayahu 58:13.
Um exemplo claro está em Marcos 2:23-28, quando os discípulos de Yeshua colheram espigas na shabat. Os fariseus os acusaram de violar a shabat, baseando-se na Lei Oral, que proibia ações como “colher”.
Yeshua respondeu: “A shabat foi feita por causa do homem, e não o homem por causa da shabat. Assim, o Filho do Homem é senhor também da shabat.”
Aqui, ele afirmou que a shabat é um presente para o bem-estar humano, não um jugo de regras humanas, e sua autoridade como Mashiach supera as tradições dos anciãos.
Outro caso está em João 5:8-10, quando Yeshua curou um homem paralítico na shabat e lhe disse:
“Levanta-te, toma o teu leito e anda.”
Os líderes religiosos o acusaram, pois carregar o leito violava a Lei Oral.
Yeshua, porém, demonstrou que atos de misericórdia e cura alinham-se ao propósito da shabat, que é restaurar e glorificar Yhwh, não seguir regulamentações humanas.
A shabat como Dia de Prodígios.
Yeshua escolhia a shabat como o momento principal para realizar prodígios em nome de Yhwh, transformando o Yom Shabat em um dia de cura, ensino e proclamação do Reino. Essa atitude pró-ativa reflete seu zelo pela shabat como um tempo de restauração espiritual e física. Alguns exemplos incluem:
Cura do homem com a mão ressequida: Em Marcos 3:1-6, Yeshua entrou numa sinagoga na shabat e curou um homem com a mão ressequida, desafiando os fariseus que o observavam. Ele perguntou: “É lícito no Yom shabat fazer o bem ou o mal, salvar uma vida ou matar?” Sua ação mostrou que a shabat é um dia para manifestar o poder e a bondade de Yhwh.
Cura da mulher encurvada: Em Lucas 13:10-17, Yeshua estava ensinando numa sinagoga na shabat quando libertou uma mulher que sofria há 18 anos. O líder da sinagoga protestou, citando a Lei Oral, mas Yeshua respondeu: “Não se deve, no dia da shabat, libertar esta filha de Avraham, a quem HaSatan manteve presa por dezoito anos?” Aqui, Ele reforçou que a shabat é um dia de libertação.
Ensino e proclamação: Além das curas, Yeshua usava a shabat para ensinar nas sinagogas, como em Mateus 12:9-10, onde entrou numa sinagoga e debateu com os fariseus antes de curar um homem. Seu ensino na shabat atraía multidões, fortalecendo a fidelidade e apontando para o Reino de Yhwh.
Esses prodígios não eram violações da shabat, mas expressões de seu propósito: um dia para cessar o trabalho humano e glorificar o Criador por meio de atos de amor, cura e verdade. Yeshua demonstrou que a shabat é um tempo de renovação, não de restrições humanas.
Yeshua e as shabatot Anuais
Além da shabat semanal, Yeshua celebrava as shabatot anuais descritas em Levítico 23, bem como Chanukah, uma festa posterior que, embora não seja uma shabat, reflete seu zelo pelas celebrações que honram Yhwh. As Escrituras registram sua participação nas seguintes festas:
Pessach e Chag HaMatzot (Festa dos Pães Asmos): Yeshua celebrou a Pessach anualmente, como visto em Lucas 22:15, quando disse aos discípulos durante a última ceia: “Tenho desejado ardentemente comer este Pessach convosco antes de sofrer.” A Festa dos Pães Asmos, que inclui dias de shabat (Levítico 23:6-8), era parte integrante dessa celebração, apontando para Yeshua como o Cordeiro de Yhwh.
Shavuot (Festa das Semanas): Embora não haja uma narrativa direta de Yeshua celebrando Shavuot, Sua presença em Yerushalayim durante as festas de peregrinação (João 7:14) e o envio do Espírito em Shavuot após Sua ressurreição (Atos 2:1) sugerem Seu respeito por essa shabat anual (Levítico 23:15-21), que celebra a entrega da Torá e a colheita.
Yom Kippur (Dia da Expiação): Yeshua, como Sumo Sacerdote segundo a ordem de Malki-Tzedek (Melquisedeque) (Hebreus 7:17), cumpriu o significado de Yom Kippur por meio de seu sacrifício, mas sua observância das festas em geral (João 2:13) indica que ele honrava esse dia de shabat solene (Levítico 23:27-32).
Sucot (Festa dos Tabernáculos): Em João 7:2-10, Yeshua participou da Festa dos Tabernáculos, uma shabat anual (Levítico 23:34-36), ensinando no Templo e proclamando: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (João 7:37). Sua presença reforça o significado profético de Sucot, que aponta para o Reino de Yhwh.
Chanukah (Festa da Dedicação): Embora não seja uma shabat ordenada em Levítico 23, Yeshua celebrou Chanukah, como registrado em João 10:22-23: “Era inverno, e celebrava-se em Yerushalayim a Festa da Dedicação (Chanukah). Yeshua estava andando no Templo, no pórtico de Shelomoh.” Sua participação mostra seu zelo por celebrações que glorificam Yhwh, mesmo aquelas estabelecidas pelo povo para lembrar a dedicação do Templo.
Essas celebrações demonstram que Yeshua não apenas guardava as shabatot anuais, mas as vivia com propósito, usando-as como oportunidades para ensinar, cumprir profecias e revelar o plano redentor de Yhwh.
Conclusão.
Yeshua HaMashiach honrou a shabat do sétimo dia como um tempo de cessação, adoração e prodígios, rejeitando as tradições humanas da Lei Oral que obscureciam seu propósito. Ele transformou o Yom shabat em um dia de cura, ensino e libertação, refletindo o zelo de Yhwh por Seu dia separado. Sua celebração das shabatot anuais e da Chanukah revela um compromisso profundo com as festas de Yhwh, apontando para Seu papel como Mashiach.