O último a ser citado como oportunidades perdidas neste artigo, é Joseph Smith, não porque este seja o representante da última das oportunidades perdidas, mas para que aqueles que originaram as principais religiões observadas pelo mosaico-cristão sejam citados, para enfatizar porque este não crê que o tempo profético de Sardes já tenha passado.
Quando era adolescente, Smith teve contato com os dois movimentos que mais o influenciaram, o metodismo com sua doutrina evangélica que defende que a prática dos mandamentos e o desenvolvimento de um caráter moral e ético a semelhança de Yeshua para se agradar a Deus, e um segundo movimento que influenciou ainda mais que o primeiro, a magia.
Smith foi influenciado pelo estilo de Wesley que o motivava a buscar uma conduta cristã além do que era popularmente conhecido, porém, associou tal influência à sua paixão por magia.
Tivesse ele, buscado usar sua influência do metodismo para buscar a Torá, a Lei de Deus, talvez teria sido ele o fundador de um movimento que permitisse que o tempo de Sardes passasse e vivêssemos na Terra, o tempo profético de Filadélfia. Porém, infelizmente não foi assim.
Influenciado pelo seu desejo de ver milagres semelhantes aos que eram comuns entre os praticantes da magia no século XIX da era católica, Smith afirmou que em 1820, Deus e seu filho Yeshua teriam aparecido a ele, perdoado seus pecados, e dito que todas as Igrejas Cristãs haviam se afastado da verdadeira doutrina de Yeshua.
Este fato é tido por seus seguidores como o marco do início da restauração da Igreja de Cristo na Terra. Posteriormente, Smith, afirma que um anjo que seria uma forma espiritual de um fiel morto no passado, teria aparecido a ele e o direcionado a placas douradas escritas por descendentes de Israel que teriam fugido de Yerushalayim durante os dias da destruição da nação por parte de Nabu Kudurri Uṣur (Nabucodonosor) e chegado a América.
Assim, Smith passou a escrever um novo livro que dizia ser outro evangelho de Jesus Cristo, porém, a partir destes escritos, ele e seus discípulos passaram a defender crenças que mesclaram a magia popular de seu tempo com o metodismo de John Wesley.
Assim, os seguidores de Smith, integrantes da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias e de outros movimentos menos populares, como a Comunidade de Cristo e a Igreja Mórmon, esta última, não trinitariana, entendendo que Joseph Smith nunca defendeu tal tradição e que esta representa uma das deturpações cristãs da verdade, defendem alguns ensinos interessantes, como a guarda do shabat, porém influenciado até pela nomenclatura dos dias nos Estados Unidos, onde os dias da semana homenageiam os deuses das nações, e pela falta de conhecimento em primeiro momento sobre o shabat no sétimo dia, defendeu o shabat deferia ser guardado no primeiro dia da semana, de meia a noite a meia-noite.
Em maioria, seus seguidores também defendem a prática de uma vida saudável, incluindo a prática de exercícios, a abstenção de drogas como a cafeína e o tabaco, entre outras práticas que representam a influência metodista de sempre se buscar algo a mais para uma prática e vivência mais próxima de Deus.
Porém, influenciados pela paixão de Smith pela magia popular, a maioria de seus seguidores defende até os tempos atuais algumas crenças comuns nas nações que se classificam como espíritas, como a pré e eterna existência de uma alma abstrata e outras doutrinas que não condizem com o Ensino Bíblico como a teoria da substituição, o que leva cada ramificação da doutrina de Joseph Smith a se declarar como a verdadeira Igreja restaurada na Terra, em substituição ao rejeitado Israel.
Estimulado por essa crença, ao contrário das testemunhas de Jeová, os discípulos de Smith defendem a intensa participação na política, entendendo que a ocupação de posições de poder é a melhor forma de influenciar as pessoas a se voltarem para Deus.
Esta talvez tenha sido a principal causa da morte de Joseph Smith, que por ansiar se tornar presidente dos Estados Unidos, sofreu perseguições políticas que o levaram a prisão por prática da poligamia, algo proibido pela legislação estadunidense de sua época, apesar de ser uma prática muito comum em toda a história da humanidade, inclusive pelos fiéis servos de Deus nas Escrituras, que nunca condenaram tal prática, apesar de alguns escritores dos evangelhos como o Paulo, desaconselharem tal prática para líderes da comunidade cristã.
Na prisão, Smith foi cruelmente morto e assim, calado, a divisão de seus seguidores entre Joseph Smith III e Brigham Young enfraqueceu o movimento e a morte de seu líder maior, possivelmente, tenha acalmado seus rivais políticos.
Mesmo assim, todas as religiões derivadas do ensino de Joseph Smith tiveram que renunciar seu apoio à poligamia para que tal doutrina não fosse utilizada por seus adversários políticos para persegui-los.
No entanto, a prática da magia, que inclusive foi o que teria supostamente permitido que Smith traduzisse o Livro de Mórmon para o inglês, impediu que ele pudesse ser usado por Deus para promover um avanço do tempo profético de Sardes para o Filadélfia.