A resposta para esta pergunta é individual e pode ser feita a quem ainda não guarda o shabat, ou seja, não o separa para dedicar a Yhwh, mas muitos cristãos, utilizam alguns textos bíblicos para justificar suas atitudes com respeito ao desprezo a Lei de Deus. Um dos textos mais utilizados para defender a profanação no shabat é Colossenses 2:16-17
“16 Portanto, não deixem que ninguém julgue vocês pelo que comem ou bebem, ou com respeito à celebração de uma festividade, da lua nova ou de um shabat. 17 Essas coisas são uma sombra do que viria, mas a realidade pertence ao Ungido.”
Muitos cristãos utilizam este texto para defender que comida, bebida e a guarda do shabat é opcional ao gentio, baseando-se na leitura isolada deste texto, defendem que Deus não se importa com o que comemos, bebemos ou se separamos ou não o seu dia. Mas será que é isso que Paulo queria dizer aos colossenses?
Existem várias formas de observar este texto:
Muitos dizem que os colossenses não guardavam o shabat, comiam carne imunda e que este texto mostra que nem por isso, eles estavam em desobediência a Deus.
Ora, temos que salientar algumas coisas para analisar o texto dentro do seu contexto original.
Ponderemos: os colossenses não eram judeus: Se eles não eram judeus, e seus conterrâneos também não, poderiam eles serem julgados por colossenses não crentes se eles não guardassem o shabat e não abdicassem de se alimentar daquilo que Deus proibiu que nos alimentássemos?
Obviamente não!
Porém, se observarmos o texto dentro do contexto, veremos que o julgamento não vinha de seus conterrâneos (colossenses) e sim de judeus observadores da lei oral.
Ora, a “lei oral” como assim é conhecida, não é a lei de Moshe (Moisés) e sim a interpretação da lei por parte dos rabinos judeus ao longo da história.
Interpretações humanas da lei oral levaram inclusive Yeshua a questionar a forma como os judeus afirmavam guardar a lei de Deus e os shabats e levaram Estevão a concluir:
“ Vocês, que receberam a Lei conforme transmitida por anjos, mas não a guardaram.” Atos 7:53.
Além disto, a lei oral judaica da época rezava que somente quem guardasse toda a lei, incluindo a circuncisão, poderia praticar a guarda do shabat, abstenção de alimentos impuros, o que nos leva a conclusão de que o julgamento por parte de alguns religiosos só faria sentido, se estes se abstivessem de comer alimentos imundos e celebrassem os shabats e luas novos, pois se eles não fizessem tais coisas, estariam praticando o comportamento gentio comum e não seria criticados pelos religiosos judeus, o que inviabiliza o uso deste texto para justificar a profanação dos dias separados por Yhwh.