Após Yohanan descrever Yhwh, seu trono, seu arco e os vinte e quatro anciãos, ele relata a respeito de sete seres já citados anteriormente.
No início do livro, Yohanan vê Yeshua próximo ao trono e o descreve como entre os sete candelabros de ouro do Templo de Deus. Relembremos:
“Vi sete candelabros de ouro e, no meio dos candelabros, alguém semelhante a um filho de homem, vestido com uma roupa que chegava até os pés e uma faixa de ouro em volta do peito”. Apo. 1:12-13.
Naquela primeira visão, Yohanan diz que os sete candelabros representavam as sete congregações, às quais ele enviava sete mensageiros, que naquela visão foram representados por sete estrelas, conforme vimos nos capítulos 14 e 21 deste artigo. Agora, Yohanan percebe que os sete candelabros representam seres reais:
“Do trono vinham relâmpagos, vozes e trovões. Havia sete lâmpadas de fogo acesas diante do trono — elas representam os sete espíritos de Deus.” Apo. 4:5.
Para compreendermos melhor este trecho, precisamos quebrar nossas tradições e crenças nativas, uma vez que a teologia cristã tenta associar os setes espíritos de Deus a terceira pessoa da Trindade, uma vez que tal ser mítico não é citado em nenhum momento na revelação de Yohanan, pois a doutrina da Trindade foi criada dois séculos após Yohanan escrever a revelação de Yeshua.
Há também aqueles que, se baseando na cosmologia ou na teologia angelical, tentam identificar e até denominar os sete seres citados como sete ventos, ou sete espíritos de Deus como sendo denominados e fazendo parte de uma posição suprema, o que em parte não está errado.
Mas aqui, Deus revela que escolheu sete seres celestiais, os encheu com seu espírito e os escolheu para reinar espiritualmente sobre a Terra durante o tempo profético adequado.
Aqui há entendimento também sobre uma profecia anunciada por Yeshua enquanto ainda vivia na Terra e muito mal interpretada pela teologia cristã:
“Eu pedirei ao Pai e ele lhes dará outro ajudador para estar com vocês para sempre” Jo. 14:16.
Aqui, Yeshua diz que, quando se isolasse de seus amigos em virtude de seu translado, enviaria um novo consolador e ele lhes daria… “O espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece. Vocês o conhecem, porque permanece com vocês e está em vocês.”
A teologia cristã, em sua maioria, afirma que o consolador é o espírito da verdade, porém, a profecia de Yeshua nos leva a compreender que o consolador enviado por Yhwh traria tal espírito, que nada mais é do que o poder, energia, vento e influência vindos do Criador.
Ainda que tal conhecimento não seja possível apenas por estes versículos, um estudo mais aprofundado nos levará a compreender que o espírito da verdade não é uma pessoa, muito menos uma divindade, antes a expressão do poder e influência de Deus, presente em Yeshua, em seus servos mais fiéis.
Ou seja, assim, como os vinte e quatro anciãos são vinte quatro seres que servem Yhwh em tais posições pelo tempo determinado, estes sete seres são cheios do espírito para agir na Terra, também por tempo determinado. A saber, o tempo profético de cada comunidade das sete congregações proféticas citadas e estudadas nos capítulos anteriores.
Desta forma, compreendemos que no dia de Shavuot, Pentecostes, Yeshua enviou um ser cheio do poder separado por Deus para dispensar este poder aos seus amigos e apóstolos que se reuniam naquele shabat aguardando o cumprimento desta profecia.
Este ser celestial guiou, protegeu e ficou com os servos de Yeshua até os dias da profecia que veio a se tornar o Livro do Apocalipse, neste tempo, se iniciou o tempo profético da regência de outros sete seres cheios do espírito separado de Yhwh, que regeriam na Terra, cuidando dos servos mais fiéis de Yhwh durante sete tempos, que terminam na septuagésima semana profética de Daniel.
Também podemos observar que os sete tempos destinados ao povo de Yhwh são cíclicos. Nos dias de Yeshua, o povo de Israel vivia um tempo de uma congregação morta, sem pastor e ele circulou por Israel durante este tempo.
Após sua ascensão, seus amigos e apóstolos se encheram de poder e protagonizaram um tempo de enfrentamento à “falsa congregação”, falsos judeus, onde estes tiveram poder e foram leais e irrepreensíveis, protagonizando o tempo do “consolador”, muito à semelhança do tempo de Filadélfia.
Porém, com o tempo, este grupo se ampliou e, como movimento plural, se tornou morno, iniciando o tempo de Éfeso, que se assemelha em partes à Laodiceia.
Desta forma, podemos prever que o tempo que sucede à Laodiceia, provavelmente no meio da septuagésima semana profética de Daniel, quando um tempo semelhante à Esmirna, um tempo de perseguição contra os servos de Deus se restabelecerá na Terra.