Nos céus, Yhwh criou uma sinfonia de asas, de águias majestosas a pombos gentis, cada criatura voadora refletindo Sua glória.
Após o dilúvio, Ele permitiu que Noaḥ (Noé) e sua descendência incluíssem carne em sua alimentação (Bereshit [Gênesis/Princípio] 9:3), mas apenas os animais tahor (puros) fazem parte do “cardápio celestial” reservado aos que guardam Sua aliança. Diferentemente dos quadrúpedes terrestres e aquáticos, cujos critérios de pureza são claros e visuais, os animais voadores exigem uma abordagem única. Em Vayikra (Levítico/Chamou) 11:13-20, Yhwh lista as criaturas voadoras tame (imundas), proibidas como alimento, sem oferecer sinais visuais. Como, então, discernimos o permitido do proibido? Neste capítulo, exploraremos essa lista divina, aprendendo a escolher com emunah (fidelidade) os alimentos que honram Yhwh.
A Lista de Yhwh para os Voadores
Em Vayikra (Levítico/Chamou) 11:13-20, Yhwh declara: “Estas são as criaturas voadoras que considerareis tame (imundas); não as comereis, pois são sheqets (detestáveis): a águia, a águia-pesqueira, o abutre-fusco, o milhafre-real e toda espécie de milhafre, toda espécie de corvo, o avestruz, a coruja, a gaivota, toda espécie de falcão, o mocho-galego, o corvo-marinho, o bufo-pequeno, o cisne, o pelicano, o abutre, a cegonha, toda espécie de garça, a poupa e o morcego.” Essa lista, transmitida por Mosheh (Moisés), é o guia para os que guardam a aliança: se uma criatura voadora está nela, é tame (imunda) e proibida; se não está, presume-se tahor (pura) e permitida.
Ao contrário dos quadrúpedes, que requerem casco fendido e ruminação, ou dos aquáticos, que precisam de barbatanas e escamas, os animais voadores não têm um critério visual explícito.
A lista inclui principalmente aves predadoras (como águias e falcões), necrófagas (como abutres e corvos) ou associadas a ambientes impuros (como o pelicano, que vive em pântanos).
Curiosamente, o morcego, embora não seja uma ave, é incluído como “criatura voadora” no contexto hebraico, refletindo a classificação antiga baseada no voo.
Animais voadores não mencionados, como galinhas, pombos, patos e perus, são considerados tahor (puros) e próprios para consumo, pois Yhwh não os proibiu.
Por que a Proibição?
Por que Yhwh proíbe essas criaturas voadoras específicas? Como já ressaltamos anteriormente, as Escrituras não fornecem uma razão explícita, mas o princípio de separação (kadosh) permeia Sua aliança.
Muitas das aves listadas, como abutres e corvos, alimentam-se de carniça, sendo associados à morte e à impureza no mundo antigo. Outras, como falcões e águias, são predadoras, caçando com violência, o que contrasta com a ordem pacífica do Éden. Algumas, como a cegonha ou o pelicano, habitam áreas pantanosas, vistas como impuras em culturas bíblicas.
Ao proibir essas criaturas, Yhwh guia os que guardam Sua aliança a se afastarem de tudo que simboliza desordem ou impureza, escolhendo alimentos que reflitam Sua pureza e soberania.
A designação sheqets (detestáveis) em Vayikra (Levítico/Chamou) 11:13 reforça a importância da proibição.
Como Ele instrui em Vayikra (Levítico/Chamou) 11:44-45: “Porque eu sou Yhwh, vosso Elohim; separai-vos, pois, e sede separados, porque eu sou separado.” Obedecer a essa lista é um ato de emunah (fidelidade), um compromisso de viver segundo o padrão celestial de Yhwh, mesmo quando a lógica humana não explica plenamente Suas escolhas.
Para os mosaico-cristãos, seguir as instruções de Yhwh para os animais voadores é uma oportunidade de alinhar corpo, alma (mente) e espírito com Sua vontade. Imagine observar o céu, onde pombos voam em harmonia e falcões cortam o ar com precisão.
No mercado ou na cozinha, o “cardápio celestial” de Yhwh nos guia: escolhemos frango, peru ou pombo (aves tahor [puras] não listadas como proibidas), mas evitamos carne de avestruz, falcão ou corvo, que são tame (imundas).
Pratos como avestruz grelhado, comuns em algumas culturas, ou especialidades exóticas com aves predadoras, devem ser rejeitados, a menos que a ave esteja fora da lista de Vayikra 11:13-20.
Na prática, a aplicação é simples, mas exige atenção. Ao comprar carne de aves, confirmamos que ela vem de espécies permitidas, como galinha ou pato. Em restaurantes, podemos perguntar: “Esta ave está na lista de proibidas em Vayikra (Levítico/Chamou) 11?” Na dúvida, optamos por aves comuns e amplamente aceitas como tahor (puras), como o frango, que é um pilar da alimentação mosaico-cristã.
Essa escolha transforma uma refeição em um ato de adoração: um assado de peru com ervas ou uma sopa de galinha tornam-se expressões de emunah (fidelidade), honrando o Criador que formou as aves (Bereshit [Gênesis/Princípio] 1:20-21).
Viver segundo o padrão de Yhwh nos separa do mundo, onde a conveniência muitas vezes supera a obediência.
Cada ave tahor (pura) em nosso prato é um lembrete de que somos chamados a voar acima das práticas do mundo caído, guiados pela aliança de Yhwh.
Nos próximos capítulos, exploraremos as demais categorias de animais — rastejantes e outros — para continuar a jornada de obediência ao “cardápio celestial” que glorifica nosso Elohim.